ANTES...

Apesar do surto do COVID-19 ter impossibilitado a continuidade das nossas aulas presenciais, são vários os momentos que me recordo destas, por me proporcionarem experiências únicas e enriquecedoras que contribuiram para a minha reflexão sobre que tipo de educadora e professora desejo ser no futuro. Aqui abaixo ficam algumas evidências de reflexões realizadas no âmbito das nossas aulas de Didática do Português.

Cosplay do anime "Haikyuu!!"
Cosplay do anime "Haikyuu!!"
Caracterização - Bruxa
Caracterização - Bruxa

Uma arte que me fascina é...

De que modo é que a arte que me fascina pode ser útil na minha profissão?

Em 2012 fui à minha primeira convenção dedicada aos animes (desenhos animados japoneses) e à cultura japonesa e dei por mim a aderir a uma das práticas mais comuns nessas convenções: o Cosplay! 

O Cosplay (Costume + Play) é um hobby que consiste em vestir e interpretar uma personagem e, como tal, envolve várias artes tais como a costura, as artes manuais, a caracterização e , claro, a interpretação (entre muitas outras). 

Uma vez que este hobby se revela tão versátil, tendo-me permitido desenvolver competências em diversas áreas diferentes, nomeadamente a nível da expressão plástica e dramática, as quais se revelam mais evidentes, mas também a nível pessoal e social, sendo que eu costumava ser uma pessoa algo tímida e, graças a esta arte, pude desenvolver o meu "à vontade", a minha projeção de voz e confiança, creio que o Cosplay me será muito útil no meu futuro profissional. 

Poderei, por exemplo, utilizar os conhecimentos e capacidades que adquiri para elaborar diversas produções artísticas, desenvolvendo com as crianças a sua motricidade fina, capacidade de expressão não-verbal e sensibilidade estética. Por outro lado, também poderei utilizar as competências que adquiri a nível da interpretação para criar algumas peças de teatro com as crianças ou proporcionar-lhes momentos ricos e prazerosos de leitura, entre muitas outras potencialidades inerentes a esta arte.

Livro - "A Guerra", de Anaïs Vaugelade
Livro - "A Guerra", de Anaïs Vaugelade
Imagem - A queda do Muro de Berlim
Imagem - A queda do Muro de Berlim
Imagem Artística - "Guernica", de Pablo Picasso
Imagem Artística - "Guernica", de Pablo Picasso

Música - "Quantas cores o vento tem", do filme Pocahontas


O Português como base do Ensino

Como podemos articular o Português e seus materiais para ensinar conteúdos de outras áreas?

Numa certa aula, a professora colocou uma série de livro à nossa disposição e pediu-nos que, em grupos, escolhêssemos um livro e que criássemos um conjunto intertextual em torno do mesmo. O meu grupo optou pelo livro A guerra, de Anaïs Vaugelade e criou uma sequência de textos denominada "Não há mal que nunca acabe" cujos elementos integrantes estão expostos abaixo.

Após a conclusão desta tarefa, pude refletir acerca da importância do Português no ensino e o modo como este pode ser articulado para abordar conteúdos de outras áreas do conhecimento.  

Um livro, para além de valer por si só, enquanto ferramenta lúdica e educativa que é capaz de nos transportar para mundos mágicos e proporcionar diversas aventuras e momentos prazerosos, pode, também, ser utilizado como ponto de partida para variadíssimas atividades, se tivermos em consideração o seu tema e as potencialidades deste (as quais por vezes podem não surgir imediatamente) para trabalhar diferentes áreas do saber numa prespetiva de aprendizagem integradora e holística.

Neste sentido, todos os tipos de textos (literários ou não literários) podem ser utilizados para abordar, por exemplo, a Matemática (contagens, seriações e classificações de personagens ou objetos), o Estudo do Meio (os animais, a história de Portugal, a alimentação etc...), assim como as Expressões, nomeadamente a Expressão Plástica (elaboração de registos da história, criação de fantoches, etc..), a Expressão Plástica (dramatização da história), a Expressão Musical (interpretação de uma música que constitua um intertexto da história ou criação de uma ambiente sonoro que tem por base uma das cenas da mesma) e até a Expressão Motora (realizar diferentes tipos de deslocamentos tendo por base os deslocamentos de uma personagem da história, por exemplo).

Texto não literário - Carta de um soldado aos pais durante a 2ª Guerra Mundial
Texto não literário - Carta de um soldado aos pais durante a 2ª Guerra Mundial

Aula na natureza 

O que é que aprendi com a aula de hoje? O que é que se pode ou não replicar no futuro e como?

Esta atividade surgiu quando, num dia soalheiro, eu questionei a professora, em tom de brincadeira, se poderíamos ter aula no exterior. 

Ao contrário do que eu estava à espera, a professora mostrou-se logo recetiva à ideia, no entanto, queria que esta atividade fosse significativa e enriquecedora e nos levasse a refletir sobre o nosso futuro enquanto professores de português, especialmente, no quanto os nossos atos enquanto professores podem afetar os nossos alunos. Assim sendo, a professora pediu-nos que pensassemos numa atividade relacionada com a área do português que pudessemos realizar no exterior e, ao fim de algumas sugestões e com o axílio da professora chegou-a a este desafio:

 Recolher elementos da natureza, classificá-los e ivocá-los para a nossa unidade didática (construída a partir do livro utilizado anteriormente). 

Neste seguimento, os vários grupos tiveram de procurar elementos no espaço exterior da ESE os quais pudessem ser utilizados para criar atividades que abordassem as diferentes áreas do conhecimento. 

Com esta atividade aprendi que existem imensas potencialidades em realizar atividades no exterior, sendo este um espaço cativante para as crianças que apela à sua curiosidade e criatividade, para além de lhes proporcionar o contacto com a natureza que tanto necessitam. No entanto, nem sempre é possível aceder aos pedidos dos alunos para passar a aula para o exterior, uma vez que uma atividade num espaço aberto exige uma planificação prévia e, como é óbvio, uma intencionalidade. Assim, é o nosso dever enquanto futuros professores assumir uma atitude pedagógica, pensar bem no assunto e verificar o que é ou não replicável e, acima de tudo, ouvir o aluno, reafirmando o seu papel enquanto centro do processo de ensino-aprendizagem, para que as aulas possam não só ir ao encontro dos seus interesses mas também das suas necessidades.

Inês Aguiar - Didática do Português no 1º CEB
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